domingo, 1 de maio de 2011






Quando ele sorri limitado e impotente, para todas as minhas dúvidas, inconstâncias e chatices, eu sei que é daquele sorriso que a minha alma precisa. Ele não faz muito pela minha angústia existencial, até porque não sabe que fazer. E consegue tudo de mim. Consegue até o que ninguém nunca conseguiu: deixar-me leve.

Depois perguntam: faz-te sentir leve?! como?! Sabes, rir sem qualquer sentido? Dançar idiota de alegria? Dormir morrendo de saudade? Tomar banho sorrindo para a tua pele? Cantar bem alto para o mundo entender? Achar-se bonita mesmo de pijama e olheiras? Ter fome do melhor do mundo segundos depois de falar com ele? Não aguentar? Sobrevoar o frio, o cinzento, os medos, os erros e tudo que o pode dar errado?

Eu queria parar com tudo isto, ele é um rapaz que não pode acompanhar a minha louca linha de raciocínio meio poeta, meio neurótica, meio madura. Mas ainda assim eu desejo-o imenso, eu amo-o.

E ama-lo não é fácil, é quase o anti-amor. É muito quase como se ele nem existisse, porque só o homem perfeito mereceria tanto sentimento. E eu anulo-o o tempo todo dizendo para mim, repetindo para mim, o quanto ele falha, o quanto ele fraqueja, o quanto ele se engana. E fazendo isso, eu só consigo ama-lo mais ainda.

E nós vamos por aí, completando-nos deste jeito meio torto. E Deus escreve certo pelas nossas linhas que se não fossem tão tortas, não se teriam cruzado (…)

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